terça-feira, 14 de julho de 2009

8'18"

Viajar da forma como tenho viajado nos últimos 3 meses tem tanto de objectivo como de errância desorientadora. Parti de bicicleta, andei pelo país a pedalar durante 54 dias, isso não me chegou, queria mais, mas não sei o quê e, simplesmente, ando…

Nisto, o tempo tem um papel importante não aquele tempo para o qual nos orienta o relógio, quanto a esse, já há muito deixei de o usar, consegui afastar-me do “tic-tac” que nos aconchega ou exalta à passagem das horas, dos dias, dos anos…

Nisto do tempo tudo é muito relativo, assim como foi ter escolhido Tavira para dormir durante oito noites, por aqui ter conhecido gente excelente, magnífica, de todas as nacionalidades, desde pessoas locais a completos “deslocados”, até deu para conhecer o Ronald que anda a dar a volta ao mundo de bicicleta, sempre partindo de Genebra, cidade de que ele é embaixador. Chegar aqui não para umas férias, mas por causa de mais uma passagem.

Em 8 minutos e 18 segundos na vida podem fazer-se muitas coisas, ou também pode não se fazer nada, pode aproveitar-se, assim como pode perder-se tempo a não conseguir fazer aquilo que se queria, podem fazer-se coisas com um valor inquestionável, mas também se pode simplesmente preguiçar ao som do vento e de todos os outros fenómenos que nos rodeiam, podemos zangar-nos ou simplesmente pensar que isso é perda de tempo.

Em 8 minutos e 18 segundos podemos ver a luz do sol, assistir-se ao nascer de um novo dia ou vê-lo cair no horizonte, no topo de um castelo que, de forma panorâmica nos permite assistir, com sentido de camarote exclusivo, o seu imponente espaço lá no alto.

Assim é viajar desta forma, talvez como os 8’18” que a luz do sol demora a chegar à terra. Em Tavira, como nos meus últimos meses tem sido assim, tudo se move em torno do tempo que ainda sinto que me falta para…

ps- a luz do sol demora 8’ 18” a chegar a terra. Gostava que algum especialista me passasse mais informações sobre este fenómeno.

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