segunda-feira, 7 de setembro de 2009

2ª PUBLICAÇÃO - FUGAZ O TEMPO QUE PASSA

Sem nada a ver com a publicação anterior e escrita algures nas semanas sem computador, eis-me a ver o espelho que reflecte uma imagem semelhante à minha, logo, a divagar:

Aos 27 anos, quase 28. Bem sei, trata-se de uma informação, profundamente desinteressante para vocês, mas servirá de ponto de partida para o que se segue.

Perguntam-se então: Para quê tal introdução? Tais dados?

Deixem-me começar pelo o princípio, isto é, por explicar que parto de um pressuposto - de que não sou imaturo no cômputo geral - mas diria que aqui e ali, sobre este tema, tenho algumas lacunas.

Porque o digo? Porque o escrevo? (não sei! Mas...)

Vamos ao conteúdo (haverá conteúdo num texto que começa assim?), apesar dos quase 27 anos que passaram, ou que estão quase a acabar, contínuo de acne na cara, nas costas, a ver filmes e a sonhar em ser o herói da trama, identifico-me com várias coisas que dizem respeito a um jovem - adulto, claro está (piada inocente, exigência da minha mente, colocar algo que me faça parecer evoluído em conceitos. Para quê?) - enfim, ainda sinto, que a força fugaz dos anos que passam, me fazem sentir dentro da curva normal, aquela que cresce até aos nossos 25 anos. Mas eu tenho 27?

Contudo, sou um "jovem adulto" (terminologia, fruto de uma época, a que vivemos!), de 27 anos mas que, quando caio, as dores se tornam intensas, as costas ficam feitas num "oito", os "bicos de papagaio" (para mostrar que a conversa dos conceitos, no parágrafo anterior, não passava de informação para encher!), sim esses a que os nossos avós tanta vez fazem menção, já fazem questão de dar aso à sua presença, os músculos abdominais deram lugar a uns elementos estranhos, mais rugosos, os peitorais começam a passar, facilmente, por um nº 30 de uma senhora e os mamilos, esses, ficaram embrulhados num emaranhado de pelos idênticos a um tampão de uma jante de carro, velho, cujo principal objectivo é tapar algo que, por si só, já é bastante feio, nasceram-me sinais na cara e no corpo, tornando-o numa estrada sem sentido, os dedos dos pés começam a perder a beleza, sem nunca usar óculos confrontei-me com uma miopia recente e muitas mais mudanças, certamente virão, assim espero, será bom sinal, sinal que estou vivo.

A beleza, aquela beleza (se é que alguma vez foi belo!), do meu corpo de 18 ou 20 anos está a esbater-se, mas contínuo com imensa vontade, com "ganas" de viver, até quando?

(Fugindo, um pouco, ao assunto, para permanecer nele...), admito - repúdio veementemente, os filmes de terror e, talvez por isso, só veja, filmes de comédia, romântica ou não, isto, dito assim, só vem provar a minha imaturidade parcial, mais ainda, quando vejo filmes de comédia em que gostaria de personificar o herói principal, como já havia referido, mesmo que ele volte a viver os seus 17 anos, fora do seu tempo, isto é, noutro tempo, o de hoje. Confuso? Esperem para ler até ao fim! E vão ver o que é confusão.

E o que tem isto a ver com viagens? Eu - diria - nada! Mas, viajar contribui, em muito, para o crescimento individual, sair do nosso "normal" nível de conforto, quebrando a regra, faz-nos crescer, mesmo que não seja a todos os títulos, nalguns permanecemos, certamente, imaturos.

Enfim, não me aflige a imaturidade até porque - confesso - nunca fiz nada para a contrariar, à semelhança de, nunca, nada ter feito para que o meu corpo fosse mais belo do que aquilo que ele é por natureza, mas que por natureza possa ser feio. Não é isso que está em causa, quando o tempo nos parece fugaz e passa, mas antes o facto de nos ser dada a presença de espírito para discernirmos se o que fazemos em dado momento, em dada altura corresponde àquilo que o tempo, a envolvente e o corpo, o permitem.

...posso apenas dizer, se se quer perfeito, não contém comigo, adoro a minha imperfeição, mas - repito e admito - não sou imaturo no cômputo geral, mas imaturo parcialmente.

2 comentários:

Anónimo disse...

Queres uma amendoa?
Bjo

Aubigné disse...

Possas, demasiado óbvio!

Se me escrevesses como anónimo, se começasses por me perguntar se eu queria uma maçã, ou se simplesmente dissesses, de forma orgulhosa, "olha! olha para a frente se não cais!", mas foste escolher, logo, aquela frase que mais te identifica, com a qual, mesmo que não me tivesses contado, ontem, que me tinhas escrito este comentário no meu blog, eu teria descoberto o enigma de caras!

Não quero abusar na escrita e tornar-me maçador, por isso vou directo aos factos, tendo nós uma relação tão recente e com uma hierarquia de senhoria para vassalo é difícil exigir-te uma amêndoa, ou o que quer que seja, mas um dia, no dia em que essa vassalagem acabar, e ambos sabemos que passará, vou exigi-la à força, uma amêndoa e muito mais, nem que, para isso, seja necessário dar-te um abraço!

Beijos
Tiago Maria d'Aubigné