segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"ENGODO"

Não queria que passasse de hoje sem escrever, mas já venho tarde, o hoje já passou a ontem.

Têm sido assim os últimos tempos...mas, ainda assim, já no amanhã, depois do hoje, sentei-me, como já fiz muitas vezes, em frente à máquina, e decidi escrever, mais do que escrever, vim aqui para desabafar.

Em viagens só tenho pensado e pelo que me vem ocorrendo ainda não quero dar novidades.

Por isso, dediquei-me à divagação, ao "engodo" literário, à letra que agarrada a outra forma a palavra e que, por sua vez, essas palavras unidas resultam numa frase e a força do conjunto desemboca num texto...

Mas como começar? Já começaste Tiago. Comecei sem querer, mas comecei, sem escrever sobre o que potenciei no assunto. Talvez seja isso que quero, talvez seja sobre isso que quero escrever, fugir à condição ou hipótese de partida.

Organiza-te! E comecei a pensar que depois de tanto escrever havia definitivamente condicionamento imaginativo. Pensei parar, apagar, carregar no ícone em formato de lixo e mandar bugiar o texto, mas evitei porque queria escrever...

...e...

Comecei a tentar focalizar-me, agarrar um ponto que suscitasse uma discussão interna, que levantasse uma celeuma, tudo cá dentro. Claro! Eis que percebi que já muitas vezes falei de liberdade, por esta ou aquela razão, associado às viagens ou não.

Hoje, como depois de escrever todos estes parágrafos, percebi que não somos livres, mesmo pensando que o somos, ou seja, na realidade estamos, isso sim, permanentemente condicionados, desde o que nos ensinam na escola, ás casas em que vivemos, aos elevadores em que nos fechamos, dentro de quatro paredes, sejam lá elas do que forem feitas, vivemos toda uma vida, enjaulados, mas achando-nos livres, e o trabalho onde há regras que se têm de cumprir, e os compromissos sociais, e os contratos com tudo e todos, e, e, e...não pararia hoje...mas afinal, onde está essa liberdade?

Assim, hoje, como depois de escrever, sem ter assunto, tentando ser livre nas palavras que uso, não o sendo, porque não posso sê-lo (porque fui condicionado), percebi que, só fui, como só somos livres uma única vez nas nossas vidas. Quando nascemos. Nesse momento não há condições, privações, prisões, tudo o que queremos, se realmente quisermos abrir os nossos olhos para enfrentar este mundo, depois da falta de ar, que muitas vezes teremos nas nossa vidas, para bem dos momentos marcantes que hão-de vir, queremos e só queremos dar a primeira inspiração e logo de seguida a primeira expiração (depois até deste movimento nos tornamos dependentes). Tudo o que queremos, nesse momento é! Sermos livres.

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