quarta-feira, 9 de setembro de 2009

BICHINHO "RESPONSÁVEL"

Faz algum tempo tomei uma decisão, viajar e viajar até não poder mais, mal sabia que, ao tomar essa decisão, tinha feito nascer um "bichinho" dentro de mim que me empurra e empurra permanentemente para uma próxima, aventura, claro está, posso até parecer um pouco "alienado" a este tema/facto, mas não sou, nem estou, ou pelo menos não me sinto como tal, muito menos, me sinto como um nómada, na real acepção do termo.

Mas tenho de admitir que viajar mudou-me, fez-me crescer e tornou-me uma pessoa mais interessante, para mim próprio...

E quero ir mais longe, fazer algo épico, que me mude por dentro pelas aprendizagens adquiridas enquanto calcorreio aquilo que me apetecer calcorrear, seja lá o que for que entendo por épico (épico só conheço o escrito, de 1102 cantos, de Luís Vaz de Camões - "Os Lusíadas", terminado no século XVI), mas que me mude, também, por fora, nem que seja pelos anos que passe em "peregrinação".

Todas esta palavras para chegar aqui, quando criei este projecto/blog, começava a desenhar-se na minha cabeça a possibilidade de ir mais além, provavelmente conhecer o mundo e não dar uma simples volta ao mundo, ou conhecer, simplesmente, 25 países e regressar, gostava de conhecer mais países e seguir, seguir e não regressar, até me fartar.

Contudo, ao reflectir melhor sobre o assunto, fui percebendo que, desejando afastar-me das responsabilidades do dia-a-dia, das despesas que todos temos, entre muitas outras coisas que temos em comum, para poder prosseguir este objectivo, deparava-me com uma realidade de responsabilidade muito elevada - a de viajar, a de delegar e deixar tudo, exige, ao contrário do que se possa parecer, muita.

Começava a fazer um "brainstorming" de, mim para mim, e a olhar para os mapas e geografias do mundo (de forma apaixonada), e só me vinham à cabeça, vistos, fronteiras, dinheiro e "souvenires" para pagar a subversão que lhes está afecto, países com situações sociais e económicas prestes a rebentar, países onde o rapto é uma realidade, zonas recônditas, desertos, zonas áridas e geladas, etc. Não, isto não me preocupa, nem - se querem que seja sincero, me assusta assim tanto - porque se partir (e quanto a esta decisão deixo para mais adiante o levantar do pano!), tudo seria, sempre, parte da aventura, mas, pensando eu, que o mundo é mais bonito e menos perigoso do que aquilo que o pintam, tenho de admitir e vocês também que este é um "bichinho" que não deixa de implicar muita responsabilidade.

Será que vou voltar a partir?

ps-último texto que publico e que fora escrito enquanto o computador esteve ausente.

2 comentários:

Nuno Pragana disse...

É um belo pensamento... E quanto a mim, vais voltar a partir. Pode não ser brevemente, mas há-de te aparecer a oportunidade de voltares a partir, e somente tu saberás se é a altura certa. Eu também estou a querer partir para qualquer lado fora daqui, por algum tempo, mas tenho de ponderar qual será a altura certa para mim, devido aos compromissos.
Aquele abraço!

Aubigné disse...

Grande Abraço!