sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

SÃO OS MEUS VOTOS...

...de feliz Natal e um próspero Ano Novo de 2010 para todos vocês.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A RESPOSTA QUE SE IMPÕE...

...aqui fica, faz 5 meses que comecei a trabalhar, que recuperei, de forma diferente, o ritmo que todos os dias nos leva a acordar, preparar-mo-nos e...bora lá "roda viva" do dia-a-dia.

Porquê diferente? Porque sempre gostei da ideia de experimentar profissões diferentes, porque sempre imaginei preparar-me para qualquer eventualidade, porque gostava, caso houvesse um momento menos bom, estar preparado para lidar com ele, porque, simplesmente, quis aprender.

Então, sabendo eu, que um amigo de longa data, iria dar início a uma nova aventura na área da restauração, mostrei-me solitário e totalmente disponível para trabalhar numa área, na qual, por todo o meu percurso académico e ambições, nunca ponderei. Mal.

Aqui estou hoje, desde há 5 meses, como empregado de bar/mesa/balcão, a fazer algo que me deu uma experiência enorme de contacto com o cliente, uma experiência magnífica de contacto com colegas cuja humildade e vontades foram e são incansáveis.

Ainda não é o momento de me despedir, mas é o momento de agradecer ao Flapi, à Carla, ao Jorge, à Cristina e a todos os colegas com quem tive o prazer de contactar nestes 5 meses únicos.

A todos obrigado.

Quanto a projectos de viajem, por enquanto estão um pouco em Stand-By, não esquecidos, não perdidos, não deixados para segundo plano, diria, apenas um pouco pendentes, visto que acho que ainda tenho um pouco mais para aprender.

...e, como todos, nem todos os dias acordo feliz, ou estou contente, mas tenho a felicidade dentro de mim em permanência, não fosse trabalhar em frente ao mar.

Eis uma parte da resposta, vem ai mais...

sábado, 31 de outubro de 2009

A PERGUNTA QUE SE IMPÕE

O que anda a fazer este homem?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

"ENGODO"

Não queria que passasse de hoje sem escrever, mas já venho tarde, o hoje já passou a ontem.

Têm sido assim os últimos tempos...mas, ainda assim, já no amanhã, depois do hoje, sentei-me, como já fiz muitas vezes, em frente à máquina, e decidi escrever, mais do que escrever, vim aqui para desabafar.

Em viagens só tenho pensado e pelo que me vem ocorrendo ainda não quero dar novidades.

Por isso, dediquei-me à divagação, ao "engodo" literário, à letra que agarrada a outra forma a palavra e que, por sua vez, essas palavras unidas resultam numa frase e a força do conjunto desemboca num texto...

Mas como começar? Já começaste Tiago. Comecei sem querer, mas comecei, sem escrever sobre o que potenciei no assunto. Talvez seja isso que quero, talvez seja sobre isso que quero escrever, fugir à condição ou hipótese de partida.

Organiza-te! E comecei a pensar que depois de tanto escrever havia definitivamente condicionamento imaginativo. Pensei parar, apagar, carregar no ícone em formato de lixo e mandar bugiar o texto, mas evitei porque queria escrever...

...e...

Comecei a tentar focalizar-me, agarrar um ponto que suscitasse uma discussão interna, que levantasse uma celeuma, tudo cá dentro. Claro! Eis que percebi que já muitas vezes falei de liberdade, por esta ou aquela razão, associado às viagens ou não.

Hoje, como depois de escrever todos estes parágrafos, percebi que não somos livres, mesmo pensando que o somos, ou seja, na realidade estamos, isso sim, permanentemente condicionados, desde o que nos ensinam na escola, ás casas em que vivemos, aos elevadores em que nos fechamos, dentro de quatro paredes, sejam lá elas do que forem feitas, vivemos toda uma vida, enjaulados, mas achando-nos livres, e o trabalho onde há regras que se têm de cumprir, e os compromissos sociais, e os contratos com tudo e todos, e, e, e...não pararia hoje...mas afinal, onde está essa liberdade?

Assim, hoje, como depois de escrever, sem ter assunto, tentando ser livre nas palavras que uso, não o sendo, porque não posso sê-lo (porque fui condicionado), percebi que, só fui, como só somos livres uma única vez nas nossas vidas. Quando nascemos. Nesse momento não há condições, privações, prisões, tudo o que queremos, se realmente quisermos abrir os nossos olhos para enfrentar este mundo, depois da falta de ar, que muitas vezes teremos nas nossa vidas, para bem dos momentos marcantes que hão-de vir, queremos e só queremos dar a primeira inspiração e logo de seguida a primeira expiração (depois até deste movimento nos tornamos dependentes). Tudo o que queremos, nesse momento é! Sermos livres.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O ÚLTIMO...

Não consigo explicar o fenómeno nem a forma como o sinto, mas gosto de me despedir ou, pelo menos, dar a sensação de que está quase a chegar o fim. Contudo, agora não passa por sentir ou por gostar de dar a sensação, agora, trata-se da realidade que se afigura.

Um adeus surge assim, se tal me é permitido dizer, como um mal menor, e isso leva-me mais longe, reporta-me para uma despedida, um último suspiro daquilo que é ou foi uma relação, não entre dois seres humanos, mas entre seres humanos, daquilo que foi ou é uma passagem, num mundo de relações humanas e passagens, muitas vezes, despercebidas, num mundo de pouca comunicação e muita televisão. Pode muitas vezes ser a última vez, por isso, mais vale dizê-lo, nem que se diga mais do que uma vez, mesmo que esta não seja a última e que, com este/esse adeus, se fale p’lo e com o coração.

Admito – escrevo muito a palavra admito - e ainda não consegui admitir o que quer que fosse!

…atingir aquilo que para mim é o “ideal” de “viajante” ou, pelo menos, aquele que gostava ou ambicionava ser (desculpem a imodéstia de querer “ser algo” tão desmedido e que sei inatingível, talvez a arrogância de querer ser aquilo que muitos já o são, hoje, me faça estar cada vez mais longe de o ser…), pelo menos, não o consegui até ao momento e parece-me difícil conseguir. Mas posso tentar, ou não?

“Pegar em mim” e partir, seja qual for o meio, partir para Ser e, com isto, simplesmente partir sem nada marcado, sem horas para ver o sol nascer ou pôr-se, sem sentir qualquer condicionamento pelo factor dinheiro, sem sentir a pressão de procurar emprego, sem sentir a monotonia “reparadora” das vidas que levamos e, em compensação, sentir – diria: em exclusividade – a sensação de ser livre, sentir o torpor de um compromisso insensato, de deambular, de percorrer os espaços como se não houvesse outro significado que não a liberdade de andar.

Mais uma vez. É tempo de fazer as malas e rumar a casa, ir ter com aquilo que me é conhecido, com aqueles que falam a mesma “língua”, que partilham dos mesmos gestos, que divergem em tudo de mim – constato: paradoxal, não é, mas é… – mas são eles que, por momentos, por vezes, vastos, não me vêem e sentem a minha ausência – pergunto-me se será que sentem?

Tenho, ainda que, desta forma, a veleidade de vos dizer que gostava que tudo mudasse, que a minha decisão os meus passos invertessem este sentido, o rumo das coisas – alterassem o regresso a casa. Será! E se eu saísse…

…seria o viajante que penso querer ser?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

POST 300 - 54 DIAS EM 5'40"



Longa e prolongada ausência, hem?! Eis a razão. Queria que o post 300 fosse o post que resultasse na publicação do vídeo que resume o percurso que realizei por Portugal e que, por coincidência ou não, fosse publicado no dia 1 de Outubro, que cheirasse a novo, embora retrate o passado, e que enfatizasse uma quase saída, em grande, mesmo que vocês já não estejam todos aí!

Este servirá também para reforçar os agradecimentos, agora, finais e especiais:

À Mãe.

À família, amigos, todas as corporações de bombeiros que me acolheram, todas as casas paroquiais que me receberam e para todas aquelas pessoas que, só pelo facto de se encontrarem naquele momento, por coincidência, no local onde pedalando me encontrava, tornaram a viagem em qualquer coisa de fascinante.

Em particular e de forma especial agradeço ao tio Fernando, tio Rogério, João Carvalho, Raquel Silva, Patrícia Lopes, Nuno Pragana, André, Carlos Monteiro e Emília, Rita Sequeira e Hugo Jorge, Tee, Ana (de Sesimbra), Ana Domingues por terem estado sempre comigo e me acompanhado. Agradeço, ainda, à Multipessoal, à Specialized Portugal, à Without Stress e à Bike Ibéria por me terem patrocinado e ajudado. (texto originalmente escrito!)

E agradeço a todos vocês, leitores e seguidores deste blog, por terem estado sempre aí, obrigado a todos.

Queria, ainda, salientar que o vídeo permanecerá durante, sensivelmente, uma semana sem que seja publicado outro post, para que possa merecer a vossa completa apreciação, sendo o próximo post - o último relativo a esta viagem - tendo sido escrito há uns bons meses atrás e imaginado na altura como o post final. Depois dessa publicação tudo o que escreverei será relativo ao que virá, seja lá isso o que for, querendo quebrar um pouco, fazer um corte, com este percurso que já foi realizado e que, por isso mesmo, passou.

Quanto ao novo blog tenho a dizer-vos, nem sempre as coisas correm como desejamos e, por isso, ainda não tenho novidades a não ser que o meu amigo Carlos irá, de novo, ajudar a criar o banner e, acreditem, rogo-lhe a paciência para me aturar com este assunto. Mais informação sobre o novo blog será publicada depois do último post.

Espero que, mesmo mudando de blog me continuem a acompanhar, para vocês fica este vídeo o tempo, esforço e empenho dedicado ao mesmo.

Grande Beijinho a todas,

Grande Abraço a todos,

Tiago Maria d’Aubigné

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

RECORDAÇÕES

Fazer um vídeo que resuma a nossa viagem, faz-nos, necessariamente, revivê-la. O mesmo é dizer que, a cada frame que se trabalha, associamos um momento, pensamos naquilo que foi, naquilo que se viveu, pensamos nos momentos melhores e nos menos bem passados - enfim, é/foi a nossa viagem, assim como são todas as viagens.

Apontamento pessoal: houve uma coisa que sempre me fascinou, não sei se já repararam, quando se faz uma homenagem a alguém que esteja ligado aos meios de comunicação social, ou alguém cujo o nome seja de valor acrescentado (desculpem a associação ao IVA, mas acho absurdo considerar-se alguns melhores que outros - somos todos seres humanos - no fundo, o país, assim como o mundo, a humanidade e o universo é constituído por um conjunto de pessoas/coisas que funcionam como elos e são esse elos que, interligados, fazem a máquina mover-se, desta feita, todos, mas todos, somos importantes...) - voltando à terra! - nessas películas passa-se muitas vezes em retrospectiva aquilo que foi ou é a sua vida...

Para mim, fazer este vídeo não é mais do que reviver - e que prazer revivê-lo - para vocês poderá ter pouco impacto, ser massudo, cansativo e só mais um, para mim é o culminar de dias a trabalhar, a olhar para este ecrã e ver o resultado final, aquele que, apesar do meu amadorismo, me foi possível.

Foi feito por mim, mas não para mim e, sim, para vocês todos, e quando escrevo todos, é porque é mesmo para vocês todos.

A vocês obrigado por me fazerem reviver esta viagem magnífica, num país magnífico - Portugal.

Por reconhecer a vossa presença deixarei, dentro de dias, esta recordação.

obs: o vídeo está a ser montado, assim que estiver pronto será lançado e disponibilizado.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

MONOTONIA FUTURA

Tinha acabado a minha ida ao sul do nosso pequeno país e começara a fazer novas leituras, uma dessas resultou nesta publicação.

(“…grau de monotonia da minha vida futura…”, frase de William Sutcliffe, no seu livro “A viagem da minha vida: De Mochila ás Costas pela Índia”, era a epígrafe que se pretendia título deste post, mas por razões de “logística" e de palavras, resumi para "Monotonia Futura". Assim sendo, veremos sobre o que esta versará.)

Será que ainda sei escrever (se é que alguma vez soube)? Que consigo ser pouco confuso (duvido)? Que consigo escrever um texto sem referir a palavra viajar e sem subentender o tema (pimba, já quebrei a regra, porque já escrevi!)?

Há algum tempo que tento perceber várias coisas (todos tentamos!): a razão que me leva a não olhar a meios, a não pensar no desperdício do que fica, a permanecer desencontrado e, até hoje, continuo, a não conseguir dar uma resposta sensata a estas e a muitas outras questões.

Estará aqui inerente uma razão associada, será a fuga de tudo, um amor mal esquecido, uma vontade de desresponsabilização de tudo, uma frustração permanente? Tudo são questões plausíveis, mas…qual aquela que, verdadeiramente, responde a todas estas indagações?

Não há! Lamento desiludir-vos.

Talvez o (ou não) grau de monotonia da minha vida futura?

Enfim, quando olho para ontem, na minha, ainda, pequena passagem por esta arena, sinto que não vivi o suficiente, ou que aquilo que vivi não corresponde àquilo que idealizei e, talvez, por isso, pretenda quebrar toda e qualquer semelhança com monotonia passada, mas latente, incipiente, duradoura no tempo, logo, quando nela penso, não hesito. Quando olho para hoje, penso vivê-la ao máximo – Carpe Diem é a expressão! Será?– ou devo parar para reflectir sobre o que mudar em mim. E quanto ao futuro? Esse, não o consigo perspectivar, só o consigo imaginar ofuscado, junto, com filhos, família e responsabilidades profissionais, por outro lado imagino-o solitário, solteiro, sem grandes responsabilidades (apenas uma e enorme!), como vem sendo habitual. Concretizando, uma "faca de dois gumes"!

Qual será o rumo? Seguirei o caminho da monotonia? Ou...?

Talvez na Índia possa estar a resposta que procuro!

Tenho, contudo, que vos confessar que me assusta sentir que a minha vida possa tornar-se monótona no futuro, mas quem sabe?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

BICHINHO "RESPONSÁVEL"

Faz algum tempo tomei uma decisão, viajar e viajar até não poder mais, mal sabia que, ao tomar essa decisão, tinha feito nascer um "bichinho" dentro de mim que me empurra e empurra permanentemente para uma próxima, aventura, claro está, posso até parecer um pouco "alienado" a este tema/facto, mas não sou, nem estou, ou pelo menos não me sinto como tal, muito menos, me sinto como um nómada, na real acepção do termo.

Mas tenho de admitir que viajar mudou-me, fez-me crescer e tornou-me uma pessoa mais interessante, para mim próprio...

E quero ir mais longe, fazer algo épico, que me mude por dentro pelas aprendizagens adquiridas enquanto calcorreio aquilo que me apetecer calcorrear, seja lá o que for que entendo por épico (épico só conheço o escrito, de 1102 cantos, de Luís Vaz de Camões - "Os Lusíadas", terminado no século XVI), mas que me mude, também, por fora, nem que seja pelos anos que passe em "peregrinação".

Todas esta palavras para chegar aqui, quando criei este projecto/blog, começava a desenhar-se na minha cabeça a possibilidade de ir mais além, provavelmente conhecer o mundo e não dar uma simples volta ao mundo, ou conhecer, simplesmente, 25 países e regressar, gostava de conhecer mais países e seguir, seguir e não regressar, até me fartar.

Contudo, ao reflectir melhor sobre o assunto, fui percebendo que, desejando afastar-me das responsabilidades do dia-a-dia, das despesas que todos temos, entre muitas outras coisas que temos em comum, para poder prosseguir este objectivo, deparava-me com uma realidade de responsabilidade muito elevada - a de viajar, a de delegar e deixar tudo, exige, ao contrário do que se possa parecer, muita.

Começava a fazer um "brainstorming" de, mim para mim, e a olhar para os mapas e geografias do mundo (de forma apaixonada), e só me vinham à cabeça, vistos, fronteiras, dinheiro e "souvenires" para pagar a subversão que lhes está afecto, países com situações sociais e económicas prestes a rebentar, países onde o rapto é uma realidade, zonas recônditas, desertos, zonas áridas e geladas, etc. Não, isto não me preocupa, nem - se querem que seja sincero, me assusta assim tanto - porque se partir (e quanto a esta decisão deixo para mais adiante o levantar do pano!), tudo seria, sempre, parte da aventura, mas, pensando eu, que o mundo é mais bonito e menos perigoso do que aquilo que o pintam, tenho de admitir e vocês também que este é um "bichinho" que não deixa de implicar muita responsabilidade.

Será que vou voltar a partir?

ps-último texto que publico e que fora escrito enquanto o computador esteve ausente.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

2ª PUBLICAÇÃO - FUGAZ O TEMPO QUE PASSA

Sem nada a ver com a publicação anterior e escrita algures nas semanas sem computador, eis-me a ver o espelho que reflecte uma imagem semelhante à minha, logo, a divagar:

Aos 27 anos, quase 28. Bem sei, trata-se de uma informação, profundamente desinteressante para vocês, mas servirá de ponto de partida para o que se segue.

Perguntam-se então: Para quê tal introdução? Tais dados?

Deixem-me começar pelo o princípio, isto é, por explicar que parto de um pressuposto - de que não sou imaturo no cômputo geral - mas diria que aqui e ali, sobre este tema, tenho algumas lacunas.

Porque o digo? Porque o escrevo? (não sei! Mas...)

Vamos ao conteúdo (haverá conteúdo num texto que começa assim?), apesar dos quase 27 anos que passaram, ou que estão quase a acabar, contínuo de acne na cara, nas costas, a ver filmes e a sonhar em ser o herói da trama, identifico-me com várias coisas que dizem respeito a um jovem - adulto, claro está (piada inocente, exigência da minha mente, colocar algo que me faça parecer evoluído em conceitos. Para quê?) - enfim, ainda sinto, que a força fugaz dos anos que passam, me fazem sentir dentro da curva normal, aquela que cresce até aos nossos 25 anos. Mas eu tenho 27?

Contudo, sou um "jovem adulto" (terminologia, fruto de uma época, a que vivemos!), de 27 anos mas que, quando caio, as dores se tornam intensas, as costas ficam feitas num "oito", os "bicos de papagaio" (para mostrar que a conversa dos conceitos, no parágrafo anterior, não passava de informação para encher!), sim esses a que os nossos avós tanta vez fazem menção, já fazem questão de dar aso à sua presença, os músculos abdominais deram lugar a uns elementos estranhos, mais rugosos, os peitorais começam a passar, facilmente, por um nº 30 de uma senhora e os mamilos, esses, ficaram embrulhados num emaranhado de pelos idênticos a um tampão de uma jante de carro, velho, cujo principal objectivo é tapar algo que, por si só, já é bastante feio, nasceram-me sinais na cara e no corpo, tornando-o numa estrada sem sentido, os dedos dos pés começam a perder a beleza, sem nunca usar óculos confrontei-me com uma miopia recente e muitas mais mudanças, certamente virão, assim espero, será bom sinal, sinal que estou vivo.

A beleza, aquela beleza (se é que alguma vez foi belo!), do meu corpo de 18 ou 20 anos está a esbater-se, mas contínuo com imensa vontade, com "ganas" de viver, até quando?

(Fugindo, um pouco, ao assunto, para permanecer nele...), admito - repúdio veementemente, os filmes de terror e, talvez por isso, só veja, filmes de comédia, romântica ou não, isto, dito assim, só vem provar a minha imaturidade parcial, mais ainda, quando vejo filmes de comédia em que gostaria de personificar o herói principal, como já havia referido, mesmo que ele volte a viver os seus 17 anos, fora do seu tempo, isto é, noutro tempo, o de hoje. Confuso? Esperem para ler até ao fim! E vão ver o que é confusão.

E o que tem isto a ver com viagens? Eu - diria - nada! Mas, viajar contribui, em muito, para o crescimento individual, sair do nosso "normal" nível de conforto, quebrando a regra, faz-nos crescer, mesmo que não seja a todos os títulos, nalguns permanecemos, certamente, imaturos.

Enfim, não me aflige a imaturidade até porque - confesso - nunca fiz nada para a contrariar, à semelhança de, nunca, nada ter feito para que o meu corpo fosse mais belo do que aquilo que ele é por natureza, mas que por natureza possa ser feio. Não é isso que está em causa, quando o tempo nos parece fugaz e passa, mas antes o facto de nos ser dada a presença de espírito para discernirmos se o que fazemos em dado momento, em dada altura corresponde àquilo que o tempo, a envolvente e o corpo, o permitem.

...posso apenas dizer, se se quer perfeito, não contém comigo, adoro a minha imperfeição, mas - repito e admito - não sou imaturo no cômputo geral, mas imaturo parcialmente.

domingo, 6 de setembro de 2009

DUAS PUBLICAÇÕES "HOJE"

"Hoje" (entre aspas, porque só devo publicar o segundo texto na madrugada de amanhã!), era para ter começado por escrever o texto que já tenho esboçado, mas não, vou optar por escrever dois textos...porquê?

Porque, antes de mais, tenho de vos agradecer, isto é, é um regozijo enorme saber que vocês estão aí, que o Pragana, a Rita, a Lili, a Eliana o Hernâni, algures no meio deste mundo de comunicações virtuais, me lêem e contribuem para que de onze mil e qualquer coisa tenha passado para as doze mil visualizações desde a última publicação, mesmo escrevendo mal e já não tendo o blog nada a ver com uma viagem de bicicleta que terminou dia 29 de Maio de 2009.

A vocês, porque é para vocês, e todos os outros que me acompanham, que escrevo - OBRIGADO! Fico comovido com o gesto.

Menos bom é anunciar que o novo blog vai surgir um pouco mais tarde do que aquilo que tinha perspectivado, não só por não ter tido computador durante um mês, mas porque por enquanto não tenho quem me desenhe em "PhotoShop" o novo conceito/imagem. E o vídeo? perguntam. O vídeo não foi esquecido, mas sem computador foi difícil, por isso está atrasado. E o último post? Esse está guardado desde que terminei a volta de comboio pelo sul de Portugal.

Coisas boas há? Há! Começaram a surgir, ainda pequeninas, lá longe, distantes, com cheiro a novo, novas ideias para uma nova viagem que se pretende épica! Não adiantarei mais até ter o projecto criado.

B&A
Obrigado
TMA

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

NESTES DIAS

Estou de volta...vou escrever aqui alguns textos que fui esboçando no decurso desta paragem, culminando com algumas novidades, espero.

E vocês estão aí?

Nestes dias que passei sem computador não me deixei de escrever. Escrevi e até escrevi coisas a mais, coisas que não faria sentido publicar aqui, não por serem intimas ou "pornográficas", simplesmente não lhes reconheço qualquer interesse.

Contudo, não há regra sem excepção, e...

Conto-vos um hábito rebuscado que tenho quando estou algum tempo sem ver uma pessoa conhecida/amiga, mesmo quando esse tempo que considero "algum tempo" sejam apenas semanas. Por hábito, pergunto se já casou ou se já tem filhos (caso já seja casado).

A razão desta questão, em parte, absurda, deve-se ao facto de a vida mudar a cada segundo que passa, a cada expiração ou inspiração que o nosso coração e diafragma nos permitem fazer, por esta razão recorro a esta questão como mote de conversa.

Mas posso constatar que por passar algum tempo sem falar com alguém muitas coisas podem, realmente, mudar:
-Um novo amor;
-Um novo negócio;
-Uma nova viagem;
-Uma nova cor de cabelo;
-Um simples e novo acontecimento que pode mudar tudo;
-Sei lá! Tanta coisa pode mudar...

Neste dias que passaram, dias em que não escrevi, deveriam ser vocês a perguntar-me se já casei.

Muita coisa mudou desde a última vez que aqui escrevi.

Mas não, ainda, não casei.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

COISAS QUE ACONTECEM

São "coisas que acontecem" parafraseando a celebre frase do programa de Nuno Markl.

Sendo assim, posso parecer desparecido em combate, mas não estou!

O meu computador, esse sim, desapareceu em combate...no outro dia, pregou-me a magnífica surpresa de deixar de funcionar. Até aqui tudo bem não tivesse ele menos de 8 meses de vida. Computadores!!!

Agora, aqui, num centro comercial da "nossa" Lisboa, num computador público, em que "pessoas" se passeiam pelas minhas costas, peço-vos a vossa compreensão por estar ausente e não vos saber dizer por quanto mais tempo não publicarei.

Tiago d'Aubigné

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

10.000

Ultrapassei a barreira das 10.000 visualizações...

Este feito não seria possível sem vocês, muito obrigado a todos aqueles que me lêem ou passam por aqui.

A todos, muito obrigado.

Da minha parte posso garantir-vos que continuarei, espontaneamente, a dar o meu melhor para que o conteúdo a que têm acesso através deste sítio/blog na net, mereça, cada vez mais, a vossa atenção...

...e venham mais 10.000, que continue a merecer a vossa atenção e que surja rápida e efusivamente o novo blog.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

COMOÇÃO À CHEGADA


Espontâneamente lembro-me das chegadas a Roma (2008), Viena (2008), Biarritz (2008), Coruche (2009), Chaves (2009), Lisboa (2009) e ainda as passagens pela Caniçada (2009), Aveiro (2009) e, como não podia deixar de ser Tavira (2009).

Apesar de não se tratar de um dilúvio, onde as lágrimas ganham expressão, trata-se de uma torrente, uma amálgama de sentimentos com que muitas vezes fui confrontado, à mais pequena coisa, à mais pequena vitória sinto-me, inevitavelmente, comovido.

Eu choro! Passo a explicar (como se me sentisse obrigado a justificar porque é que um homem chora), não chego ao limite de sentir o efeito “olho bóia”, nem de me sair “ranho” pelo nariz”, desculpem a imagem, mas os meus olhos ficam com uma camada líquida que os torna baços, o olhar toma uma postura avermelhada, a expressão um misto de felicidade com enternecimento, nestes momentos não choro de tristeza, mas de alegria – cheguei!

Onde? Não interessa. Interessa que cheguei! Atingi o objectivo.

Quando me sinto comovido à chegada é como se o mundo – todo o mundo – quisesse que eu completasse aquele pequeno desafio, quisesse que eu perpetuasse para sempre aquele gesto, aquele movimento, aquele momento. É uma amálgama de sentimentos, desde o pico de adrenalina, à saudade por saber que não voltarei a repeti-lo, à conquista, ao esforço recompensado. É um dos poucos sentimentos que me faz sentir em paz.

Não sei se esta comoção se prende com a vontade e o prazer de viajar, suponho que sim, ou se se trata, exclusivamente, de um sentimento, tão pequeno, mas, simultâneamente, tão grande, de dever cumprido. O dever cumprido não precisa de ser grande na sua expressão, pode ir desde o atingir o ponto mais distante de Portugal na volta pela Europa, assim como o ponto mais a norte do nosso pequeno país, não interessa se o que faço é pequeno aos olhos de outros, mas sim o que naquele momento é fruto de um epitáfio único – o de ter chegado!

Adoro-o, talvez, porque até hoje, não senti os perigos com que se depararam outros que nalgum país da América do sul ficaram sem nada, porque foram assaltados, porque na Ásia foram barrados pela polícia local, porque no “oriente médio” lhes foi negada a permissão de entrada.

Continuo, mesmo assim, ainda que ilusoriamente, a crer que o mundo é bem melhor do que aquilo que se “pinta” e as pessoas o culminar dessa beleza, que mesmo que alguma destas “travessuras” nos seja colocada pela frente, elas não passam da história que temos para contar, do sal que enriquece a vida, a pimenta que dá animo para pôr as pernas a correr e chegar mais depressa ao próximo destino.

Recordo a “comoção à chegada” a Roma, porque representava o princípio do meu percurso, da minha liberdade, a chegada a Viena por ser o ponto mais a oriente em relação a Portugal na volta pela Europa, a chegada a Biarritz por voltar a ver mar e por poder surfar, a chegada a Coruche por ser a primeira paragem depois de ter iniciado a volta por Portugal de bicicleta, a chegada a Chaves por ter passado todo um montanhoso interior norte de Portugal, a primeira chegada a Lisboa por ter contornado todo o norte de Portugal, a passagem pela Caniçada e Aveiro pelos bons momentos que já lá tinha vivido antes e Tavira por tudo o que lá vivi em 8 noites e 9 dias.

Estas são as primeiras razões, aquelas que a quente se oferecem ao espírito e me vêem à cabeça para tentar explicar aqueles momentos de comoção, mas estas não teriam sido, com certeza, as únicas razões para ter sentido o que senti no momento em que estava ali, a vivê-las e se fossem explicariam muito pouco.

As outras razões não sei quais possam ter sido, simplesmente cheguei, olhei e comecei a sentir-me comovido.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

UM SONHO OU UMA ILUSÃO? EIS A QUESTÃO?!

Hoje, sentei-me em frente ao pouco que ainda me liga a este universo, a vocês, a pessoas que me lêem (obrigado), este pequeno ecrã – assumo – sinto-me só. Não, não bebi, não me droguei, não mandei uns "fuminhos" para a “tola”, não caí e bati com a cabeça, não estou a ter alucinações, não me juntei a nenhuma ceita, estou, aliás, bem consciente, bem sóbrio sobre aquilo que vos escrevo e não sei como escrever, por isso, deveria estar num qualquer dos estados de embriagues que referi acima, mas não estou.

Dar um título destes a um texto publicado num blog de “viagens” é como começar por perguntar de onde vim e para onde vou? Enfim, é uma questão sem resposta e desadequada para o efeito que se pretende, mas perceberão – acho!

É assim que vos confesso, mais uma vez, quase no fecho destas palavras mil que construíram e abrilhantaram, ou não, este blog...

…que tenho um sonho e não sei se não será, apenas, uma ilusão! Esta é a questão…

Ora vejamos, há neste mundo poucos sonhadores que lutam de forma convincente e coerente por eles. Muitos desistem dos mesmos quando pensam que já os atingiram, mas com certeza, estarão ainda longe desse feito, do que quando ainda os sonhavam, explico…

Quantos de nós queria ser piloto de aviões, astronauta, bombeiro, polícia e hoje são banqueiros, académicos, consultores imobiliários ou gerentes de loja. Diria, sem querer ofender os sonhadores que o são por inteiro, que quase todos.

Ora o meu sonho é pretensioso demais, leva-me a identificá-lo com uma expressão, uma pequena palavra que não gosto de usar para o definir, é um sonho que mesmo que o consiga realizar é quase inatingível.

Eu sonho poder ser “viajante”, partir ou sair de casa, deixar tudo para trás e seguir, de mochila às costas, bagagem de mão ou sem nada, à boleia de um TIR, de um cargueiro, de um comboio, de um qualquer carro que passa e quem o conduz lê no cartaz, que seguro firme com as minhas mãos, “Boleia para França – Vindimas”, conhecer pessoas de todos os ângulos sociais, poder ajudar pessoas que precisam da minha ajuda e ser ajudado quando estiver em apuros, conhecer toda a Europa e as suas diferentes culturas, a Ásia, a Oceânia, as Américas e África, os cheiros, a cor do céu, a força do sol, a beleza das suas gentes e das estrelas ao cair da noite, partir com apoios ou sem eles, mas para tudo isto é preciso ser-se um sonhador a sério, um daqueles como já há poucos.

Mas sonho fazendo-o com responsabilidade, não me querendo preocupar se a minha carreira está posta em causa aqui em Portugal, que a minha idade avança, que tudo o que fiz até agora foi inútil e que só veio provar que não somos livres, mas dizer ou escrever isto já é quebrar o sonho, porque o sonho é o todo, acontece porque sim, É-se porque se tem de Ser, sonha-se porque se É o que se quer Ser.

Identifico, para que compreendam ainda melhor o que quero dizer, alguns quase “viajantes” e grandes sonhadores, Fernão de Magalhães, Paul Theroux, Gonçalo Cadilhe, entre outros.

Pergunto-me se o meu sonho não será somente uma ilusão? Querem a minha resposta?

obs: preparo a passo lento o vídeo, aquele que, de forma simples, vos fará uma retrospectiva muito resumida do que foram 3 meses e 10 dias a viajar por Portugal – o meu/nosso país – ainda se trata de um esboço mental e alguns slides já trabalhados, por isso, vejam o atraso.

obs1: tenho já o último e pequeno texto escrito…não sei quando o publicarei.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

COOL TOO

(Durante 54 dias tive uma namorada insaciável e permanentemente desejosa de me ter só para ela, escusado será dizer que andava em cima dela uma média de 5h por dia. Ao relatar-vos este facto sinto-me com uma pontinha de vergonha - admito. Tratava-se da minha Capitolina Ambrioleta [a Bici]). Mas...não foi só ela que foi incondicional e fiel no meu percurso.

Quando viajo, seja em Portugal, seja fora dele, a profusão de culturas, a miscigenação de gostos e as levantes de ansiedade que nos põem alerta para ver o que há ali, naquele pedacinho de terra, naquele local, são sempre valorizados em termos exponenciais. No entanto em meu entender nenhuma viagem se completa ou é perfeita sem que se dê tempo e atenção, no meio desta agitação positiva e desejada, a um companheiro fiel - o Livro.

As viagens tomam assim, em meu entender, toda uma nova dimensão, uma proporção mais cultural e intelectual.

Para além dos muitos festivais, feiras e romarias que as diferentes localidades, por onde fui passando, realizavam e há minha passagem estavam a decorrer houve, como há sempre, a presença destes companheiros de histórias escritas com palavras que resultam em frases e que nos levam a tornar-mo-nos os realizadores, no mais íntimo dos nossos desejos, daquilo que foi escrito por outros.


São uma companhia, são a maior companhia, quando não há mais do que uma janela para olhar borda fora, quando não há mais que horas de caminho pela frente, quando há noites passadas de cólicas na barriga, ou quando exulta a nossa amiga insónia...

Assim sendo, houve livros que me influenciaram e outros que me acompanharam nesta minha pequena epopeia, foram eles:



Pedalar Devagar, "Quatro Anos de Bicicleta pela Ásia", de João Gonçalo Fonseca, Valérie Fonseca
Até onde vais com 1000 euros?, de Jorge Vassalo e Carlos Carneiro
Nos passos de Magalhães, "Em busca da maior Epopeia Realizada por um Português", de Gonçalo Cadilhe
A lua pode esperar, "Viagens pelos quatro cantos da terra", de Gonçalo Cadilhe
África Acima, "Uma viagem épica por um continente impressionante", de Gonçalo Cadilhe

terça-feira, 21 de julho de 2009

EIS O QUE MOVE O MUNDO

...muito ou pouco? É sempre polémico. Nunca se sabe se o devemos ou não publicar.

Deixem ver se, de forma impreterível, consigo começar pelo princípio e acabar no fim.

Este é um texto sobre aquilo que, indiscutívelmente, move o mundo. Para tudo é preciso tê-lo e quem não o tem, mesmo que se diga feliz, infelizmente, não o pode ser, pelo menos não completamente, não porque ele compre tudo (só não compra, ainda, o ar que respiramos), não porque ele seja o maioral, não porque sem ele não haja vida, mas porque sem ele não é possível ter acesso ao mais básico, sem ele não é possível aceder ao que nos faz viver.

Diria que esta é a primeira e mais sublime subversão do Ser Humano, diria mesmo o seu Pecado Capital, diria mesmo a razão de ser quem É, ou seja, o Ser mais egoísta, mais centrado em si próprio. Senão vejamos, não se justifica que alguém que o tenha em abundância, sabendo que ao libertar uma misera parte da sua fortuna, poderia libertar da pobreza extrema milhares de Seres Humanos, mas mesmo assim não se interessa e vive com a sua "sanita de ouro" que não usa, com o carro que polui mais do que um arsenal de vacas de pastoreio cheias de cólicas, etc.

Como não sou excepção neste mundo de excepcionais. Neste mundo onde, cada vez mais, a competição toma a forma das boas acções que devem ser levadas a cabo, esquecendo-nos que para alguns o simples facto de nos verem já é uma vitória, e esses encaram-nos com estupefacção só porque conseguimos ter uma t-shirt branca que brilha por usarmos o detergente xpto...para eles é preciso dinheiro, sem o saberem, ou melhor sabem-no e sentem-no na barriga que cresce devido à falta de nutrientes que os mantêm vivos.

Também a minha viagem não foi possível sem utilizar o que move o mundo e subverte o Homem - o dinheiro.

Durante os 54 dias andei a pedalar por Portugal e de acordo com as minhas contas, gastei aproximadamente 1.400,00€.

Isto porquê? Quem me acompanhou sabe que, quase sempre fiquei a dormir em Bombeiros Voluntários, que comia pouco e que muito do que gastava era precisamente neste tópico - alimentação. A sul do país muitas coisas mudaram, fui ficando mais vezes alojado em pousadas da juventude e parques de campismo, tornando a "parada" um tanto mais elevada. Enfim, acho que foi um valor simpático o atingido a pedalar por Portugal, mas muito além das minhas expectativas.

Depois parei em Lisboa e veio o descalabro, gastei algum dinheiro extra...não conta para o balanço destas viagens.

Já de comboio acabei por atingir a feia quantia de 600,00€, em muito pouco tempo, acreditem.

Mas não fica por aqui:
4 meses de Internet móvel a 40,00€ = 160,00€
Nova tenda e esteira = 75,00€
Cavalheirismos e noitadas (LOL) = 250,00€
Livros de viagem = 84,00€
Fora extras (que não se conseguem contabilizar!)

Tudo deve ter rondado os 2.600,00€ (...e vocês dizem assim. - Que abuso! E eu respondo: - Têm razão!).

Tenho comigo uma certeza, uma verdade, para mim irrefutável, um sentimento que me acompanha por qualquer percurso ou caminho que faço ou penso fazer: "não há dinheiro nenhum no mundo que pague tudo aquilo que vivo".

obs: esclareço que estou desempregado, não vivo do fundo desemprego e nem na abundância, vivo com o pouco que poupo dos trabalhos que vou tendo, até ao dia em que me disserem é velho demais para isto, não o queremos...

obs1: orgulho-me de ter comprado produtos que contribuem essecialmente para o crescimento e sobrevivência da economia nacional.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"SIM É O NOVO NÃO"


O Sol em Tavira. Tavira lá em baixo.
Adorei Tavira
Á Emily.

Conto-vos uma história:
Há uns anos atrás estava numa aula de Finanças Públicas, de 1h30m de duração, na faculdade. Faltavam perto de 30 minutos para acabar a aula e um colega nosso chegou. O professor lacónico e com seu característico "humor negro", virou-se para o colega e proferiu a seguinte questão: "O Sr. chegou atrasado para esta aula, ou adiantado para a aula que vem?"

Assim me encontro neste momento. Não sei se o "sim é o meu novo não".

Assim estou eu, no impasse de uma vida que tem passado ao sabor de um vento que me afasta dos feitos, com os quais os outros sonham e pelos quais lutam. Será que desisti, desanimei ou desmotivei? (três das pelavras mais difícies de proferir e mais feias que existem!)

...

Depois de um percurso sortudo, de uma vida "fácil", percebi que afinal sempre fui uma coisa - o problema para tudo e todos os que me rodeavam.

Nesta sequência de palavras escritas não posso deixar de referir que, ontem senti uma dor, quando cheguei a casa e descubro que me deitaram fora a caixa com as memórias, com o passado, com o boletim de vacinas, com fotografias irrecuperáveis, chego a casa e um dos que me criou é um dos que mais me rejeita, é um que diz mal de mim, é um que põe a pequenina que nasceu depois de mim, do mesmo ventre que eu, contra mim.

Por vezes penso, não faço parte desta sociedade, não nasci neste tempo, mas noutro, ou por vezes penso, és parvo por pensares.

Admito, assumo, confesso: não sei o que quero fazer! Eis o meu pau de dois bicos, eis o meu busílis da questão, eis a minha principal dúvida: "cheguei atrasado para esta aula ou adiantado para a seguinte", eis a dúvida se o meu "sim é um novo não"...

Neste momento gostaria de ser de novo criança, de chegar atrasado sem compromisso, de não sofrer com o facto de me terem deitado fora a caixa mais importante da minha vida, de não me ter sido pelo tempo, sem saber quando o perdi, dado a capacidade de saber o que quero fazer.

Por fim, este blog aproxima-se do final, do seu desfecho, começo a trabalhar num novo ambiente de trabalho, mais genérico, mais sobre mim...mas ainda falta...

ps-gostaria de ter o vosso feedback.

sábado, 18 de julho de 2009

DE COMBOIO, NÃO DE AVIÃO


Locomotiva que separa Lagos de Vila Real de Santo
António - Nova estação de Lagos


Uma janela do comboio. A paisagem lá fora. A caminho de
Tavira partindo de Lagos, 3h de caminho...


Há transportes que se dão ao luxo de serem mais democráticos, mais afáveis, mais permissivos ao viajante (não o sou!), que possibilitam melhor o contacto, a comunicação e um deles é o comboio.

De comboio podemos sentir o pulsar daqueles que connosco partem de um determinado apeadeiro, os que entram nos apeadeiros seguintes, a calma ou a pressa que os aflige, a correria para o trabalho ou uma simples viagem em passeio, permite-nos sentir as mudanças de temperatura de local para local, de cheiros, permite-nos, simplesmente, olhar para o lado e conversar, eu sei lá - é um dos meios de transportes, em meu entender, mais democráticos e incríveis que existe.

Nesta viagem de 10 dias ao sul de Portugal, com uma duração aproximada de 4h entre Lisboa e Tunes, apanhei, essencialmente, dois tipos de comboio, o Intercidades que liga Lisboa a Faro e vice-versa e o regional que separa Lagos de Vila Real de Santo António. O primeiro a electricidade e puxado por uma motora, capaz de atingir velocidades elevadas, com ar condicionado; o segundo a gasóleo que se movimenta puxado por duas Auto-motoras, uma instalada na frente e outra na traseira, nas únicas 3 carruagens que compõem a serpentina metálica que se move sobre o seu peso de metal e com alguma dificuldade de locomoção, o ar é o puro, aquele que, quente ou frio, entra pelas janelas abertas ou fechadas, mas com brechas da idade e que desta forma se fazem sentir.

Adorei as viagens que fiz e foram umas quantas, mas também adorei a mudança de planos de quem viaja sem rumo definido, sem nada marcado, sem nada em concreto.

Tinha planeado andar a viajar 10 dias de comboio e o primeiro bilhete destinava-me a Faro. Chegado a Tunes, mudei de ideias, mudei o rumo - bilhete para Lagos e, por lá, passei a primeira noite.

No dia seguinte o objcetivo era claro, rumar a Tavira, com uma nova Pousada da Juventude por lá instalada, tratava-se de "ouro sobre azul", mal sabia que acabaria por lá ficar o resto dos 9 dias e 8 noites que ainda me restavam.

Defini, depois de decidir ficar em Tavira que iria andar de comboio, tendo sempre como "porto de abrigo" e regresso - Tavira. Assim foi no primeiro dia, mas, depois fiquei e fui ficando. Sem esse palavrão comprometedor que é - compromisso.

A bicicleta, como o andar a pé, o viajar de comboio, de Autocarro, por vezes, de veículo próprio, permitem-nos conhecer mais, ver mais daquilo que é o mundo que nos rodeia, não nos fazem, como quando viajamos de avião, catapultar-mos de um local para o outro sem conhecer o que existe pelo meio.

ps-apesar de, à semelhança de Gonçalo Cadilhe e outros viajantes, não considerar o avião como um meio de transporte que combine com todo o esplendor da palavra viajar, antes um mal menor que passa por cima do que deve ser vivido, reconheço-lhe a importância, eficácia e rapidez.